quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Rompendo a mim


Mais que palavras,
Uma questão de escolhas,
Mais, muito mais,
E não se move uma folha.

Queres saber porque sou assim,
Vives a perguntar-me "gostas de mim"?
Eu te digo não só gosto, admiro-te.
Eu não só gosto, perco-me em ti.

Quero te ver bem,
Então te cuido.
Quero te ver melhor,
E me iludo.

Pode faltar romantismo,
Pode faltar passado, presente e futuro.
Pode faltar meu narcisismo,
Fico cansado e ainda rompes meu muro.

Então que direi eu?
Como dizer que não te quero, és o meu gosto?
E o que fazer?
Amar-te e cobiçar-te, és o meu gozo.

Dependo de ti e te vejo partir.
Não me contenho sem teu sorrir.

Por isso, amor, toca em mim.
Iluda-me, acuda-me
Rompa-me, ouse.
Não me contenho sem teu sorrir.
Dependo de ti, e te vejo partir.

Palavras de Saudade


já não há mais poemas falando
a brisa fica dentro, em mim, ecoando
palavras não tomam minha mente
talvez me desfassa em mim, lentamente

saudade se faz tão constante
que, como um pêndulo, transforma meu coração
essa dor, outrora, era humilhante
agora já não cantamos a mesma canção

sinto falta de você
justamente por sentir você
ainda sinto seu hálito próximo ao meu rosto
e desejo muito seu beijo de saliva sabor mosto

teu colo sob a árvore ao som da leitura
vaga ilusão daquele olhar de candura
voe e vem nas nossas madrugadas de sonhos
e faz machucar aquele nós ao olhar de quem somos

por que ficar aí onde não estou?
por que cantar para quem não sou?
por que viver outra vida que não a minha?
por que saber a rua em que sua vida achará a minha?

saudade sinto, saudade, dolorida saudade.